Muitos prefeitos que assumiram mandatos no início de 2013 encontraram os municípios com as finanças em crise, alguns prédios públicos com energia cortada, servidores com salários atrasados entre outros problemas deixados pelos antigos gestores que serão responsabilizados, mas os atuais terão que resolver os problemas.
Em Miguel Alves, prédios públicos como a prefeitura e a secretaria de educação estão com o fornecimento de energia cortado por falta de pagamento, o Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil (Peti) está com o atendimento suspenso há dois meses e no Centro de Referência da Assistência Social (Cras), foram encontrados alimentos vencidos e cadastros do programa Bolsa Família desatualizado. “Nós temos aproximadamente mil cadastros para serem digitados, mas por falta de pessoal que estavam com salários atrasados e abandonaram o trabalho os dados não foram atualizados”, disse Marcela Magalhães, secretária de assistência social do município.
Os problemas foram denunciados pela nova prefeita do município Salete Rego, que segundo ela, também encontrou servidores com salários atrasados. “Fomos até a Receita Federal e Caixa Econômica e lá tomamos conhecimento do que estava acontecendo. A prefeitura está com a situação bastante difícil, pois está faltando prestação de contas e pagamento de outros benefícios dos servidores”, relata a prefeita.
Em Picos os funcionários da secretaria de educação também reclamam de atraso no pagamento do salário do mês de Dezembro e da segunda parcela do 13º. “Iremos negociar com os funcionários e aquilo que podermos fazer será feito”, garantiu o secretário de educação da cidade Walmir Lima.
Os casos relatados pelos prefeitos devem ser levados ao conhecimento de órgãos fiscalizadores, como Ministério Público (MP) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). As denúncias podem ser feitas pelo novo gestor e por funcionários que se sintam prejudicados.
“O fato de terem deixado os cargos não impedem que sejam processados por improbidade administrativa ou ações penais nos ministérios estadual e federal”, afirmou o promotor de Justiça, Fernando Santos.
Segundo o conselheiro substituto do TCE, Jackson Veras, uma das consequências da reprovação das contas é a impossibilidade de disputar uma nova eleição.
Para o cientista político Francisco Mesquita, além de denunciarem as irregularidades verificadas da administração passada os novos prefeitos devem assumir todos os problemas encontrados no município. “Os prefeitos que estão assumindo são gestores municipais tem que assumir a responsabilidade da gestão passada de a dele também”, enfatizou.
Fonte: g1.globo.com/piaui
Prefeita eleita do município de Miguel Alves,Médica Salete Rêgo(PSD)
