CONHEÇA ALGUMAS DAS TRADIÇÕES DA SEMANA SANTA QUE RESISTEM AOS TEMPOS MODERNOS
Por Colunista Social Nilo Araújo
Publicado em 8 de abril de 2020
Estamos vivendo a Semana Santa que teve início com a celebração do Domingo de Ramos e aqui, através desta matéria, fique por dentro deste período pascal e bem como muitas das suas culturas, tradições que ainda algumas delas são cultivadas, não só no município de Miguel Alves, Piauí, como também em outras regiões do nosso país, principalmente no nordeste, como: Culinária, diversos costumes .ritos pascal com o Judas realizado na sexta-feira santa para o sábado de aleluia, também é comum na noite de sexta-feira santa muitas pessoas sem serem de má índoles, praticarem como uma brincadeira, ás vezes até mesmo entre a própria família, o roubo de galinhas nos poleiros para prepararem os tira-gostos no romper da aleluia, entre outros costumes.
O mais popular costume é o de não comer carne vermelha, o que favorece a procura por ovos e peixes.
Em pequenas cidades do interior nordestino ainda é bastante cultivada na quarta feira Santa a cultura das donas de casas fazerem os bolos para receberem os amigos e familiares, conhecida como quarta feira dos bolos.
Aqui também como tradição, citamos o hábito de não abater animais e nem comer carnes vermelhas as sextas-feiras durante toda a quaresma e também não podermos comer carnes na sexta-feira santa, e sim, é permitido comer peixes. Mesmo nos dias de hoje, em que muitos cristãos deixaram de vivenciar a Semana Santa como deveriam, e era vivenciada, respeitando a quaresma como era respeitada suas tradições, sendo mantida por gente simples, humildes, famílias do interior e pessoas mais idosas.
Algumas das tradições, de costumes da Semana Santa como festas no Sábado de Aleluia, Domingo da Páscoa, procissões, via-sacras, terços, novenas, missas, lazeres, banhos em barragens e açudes em que haja aglomerações entre outras atividades nas comunidades urbanas e rurais, chegada de um grande número visitantes, filhos ausentes que residem na capital e em outros municípios, em virtude da disseminação da Covid-19 este ano de 2020 não serão permitidas.
Em quase todas as regiões brasileiras o peixe reina em inúmeras receitas culinárias elaboradas especialmente para o período da semana santa.
O que é a Semana Santa?
Semana Santa é o tempo em que se encerra o período da quaresma. Ela começa com o Domingo de Ramos, onde vamos reviver os 7 dias de tudo o que Jesus viveu: paixão, morte e ressurreição. Essa Semana nos prepara para a Páscoa.
A Páscoa significa “passagem da morte para a vida”. Isso quer dizer que Jesus ressuscitou para nos dar a vida.
A Semana Santa é muito importante para nós que acreditarmos em Jesus. O mais importante da Páscoa não é ganhar ovos de chocolate, mas saber que Jesus morreu na Cruz para nos salvar.
O verdadeiro símbolo católico da Semana Santa é na verdade uma vela, cujo tamanho é bem maior que as comuns. Chama-se Círio Pascal e simboliza Jesus ressuscitado. Este é o verdadeiro símbolo da Páscoa.
Sexta-Feira Santa: Conheça um pouco da tradição cristã.
A Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão, é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.
Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.
O que é a Semana Caçadeira?
É o período que antecede a Semana Santa em que muitas famílias, lavradores na zona rural Colhem e também vendem legumes das roças como: Feijão, milho verde, arroz, quiabo, maxixe, abóbora, melancia, melão e também acontece a quebra de coco para o preparo do óleo para fazerem bolos, tortas, os chamados preparativos conhecidos por jejum da Semana Santa.
A Semana Caçadeira é a semana que é antecipada a chegada da Semana Santa, no município de Miguel Alves é o período em que muitas pessoas vêm para sede do município, no centro da cidade, principalmente da zona rural para fazerem compras de produtos relacionados ao período, como por exemplo, na feira livre, supermercados e comércios menores.
De onde vem a tradição de comer peixes na Semana Santa?
O fato de comer peixe durante Semana Santa é uma tradição católica que ganhou adeptos de todas as religiões. Neste período de ano, a venda do produto aumenta gradativamente, principalmente nos tradicionais pontos de venda de peixe no centro da cidade como é o caso do mercado público municipal de Miguel Alves, além das pessoas que vendem peixe na porta das residências.
Durante o período quaresmal, época que antecede a Semana Santa, muitos feirantes costumam abastecer seus estoques para atenderem os consumidores que trocam a carne vermelha pelo peixe. Os peixes mais procurados pela clientela são, tambaqui, a matrinxã, mandi, piau e a sardinha. Entre outros produtos, temos também a venda de ovos de chocolate, e também ovos de galinha caipira para as tortas e bolos.
O que mais se consome na Semana Santa ainda hoje entre muitas famílias do interior?
Durante o período pascal é grande o consumo de legumes e verduras típicas sendo encontrada a maioria com fartura na zona rural, como: quiabo, feijão com folha de quiabo chamado de (Caruru), maxixe, espigas de milho(assada e cozida), abóbora, bem como os doces caseiros, tortas e bolos típicos como: puba(salgado e doce) e milho, sem esquecer as deliciosas tortas onde são usados ingredientes como:bacalhau, peixe(tradicional), sardinhas, ovos, macarrão,verduras(coentro, cebola verde, óleo ou o tradicional azeite de coco)…
A tradição de comer bolos na Semana Santa!
Aqui o portalmiguelalves .com ensina você a fazer um dos bolos mais tradicionais da Semana Santa que é o bolo de puba. Veja a deliciosa receita do típico bolo de puba que é muito consumido no período pascal, e que ainda em algumas regiões é bastante conhecido, principalmente em Miguel Alves onde se cultiva o plantio da mandioca e acontecem as farinhadas.
Bolo de Puba
Ingredientes:
1kg de puba
12 ovos caipiras
1 lata de manteiga(250g)
1 xícara de açúcar
2 pacotes de leite em pó
cravinho a vontade
1 lata de creme de leite
1 pacote de coco ralado
3 colheres de chá de fermento.
Modo de preparo
- Na batedeira, ponha o açúcar, os ovos e a manteiga, bata até formar um creme.
- Acrescente o leite , o coco ralado, o o creme de leite, o o fermento,cravinho e e misture um pouco.
- Acrescente ao creme na batedeira (ligada), aos poucos, a massa de puba, até que fique uma mistura homogênea.
- Coloque a massa em uma forma untada e asse em forno médio, até que fique dourado por cima.
Fonte: Francisca Araújo
O portalmiguelalves.com ensina como fazer a tradicional Torta da Vovó da Páscoa. Faça a sua nesta semana santa!
O portalmiguelalves.com através de entrevistas ensina aos nossos internautas receitas tradicionais da Semana Santa, comidas típicas deste período. Aprenda a fazer aquela tradicional torta com macarrão e sardinha para quem não pode abusar do bacalhau. Coisa rara para muitos nesta época!
Torta tradicional com macarrão e sardinha
Ingredientes: 6 Ovos, queijo ralado, 1 extrato de tomate(pequeno), cheiro verde a vontade(cebola em palha e cabeça, coentro, tomate e pimentão) 1 colher com manteiga, 2 a 3 colheres de óleo, 2 latas de sardinhas, 1 pacote de macarrão, alho e pimenta do reino(pisados), 1 pitada de colorau(corante), 1 colherinha de sal.
Modo de fazer:
Pega o macarrão, escalda, depois de escaldado junta-se ao macarrão todos os ingredientes, sem esquecer de bater bem os ovos e levar ao fogão em uma frigideira untada com óleo em fogo baixo até ficar bem corada.
Fonte: Francisca Araújo
Malhação de Judas uma tradição ainda existente em Miguel Alves
Boneco de Judas Iscariotes(Foto ilustrativa)
Em Miguel Alves, principalmente em algumas localidades da zona rural, ainda se percebe que é grande a tradicional brincadeira de enforcamento, queimação ou malhação dos Judas. Em alguns povoados, suas estradas amanhecem enfeitadas com os bonecos de Judas, feitos geralmente com um paletó velho, camisa, calça, meias, sapatos e até gravatas. Os bonecos, que geralmente ganham o nome de algum político indesejável ou um vizinho fofoqueiro, são queimados à tardinha. Só que na maioria deles tem a famosa leitura do bem humorado testamento, que ás vezes, causa confusão quando fere alguém da comunidade. Isso também ainda faz parte da tradição.
A tradicional Malhação de Judas, que acontece sempre no sábado de aleluia, resiste ao tempo e ainda mobiliza moradores de Miguel Alves, principalmente crianças e adolescentes. A ideia do evento resgata a cultura religiosa na brincadeira animada pelas ruas e avenidas da periferia e centro de muitas cidades do interior. Meninos da zona rural malhando o Judas no Sábado de Aleluia no ano de 2009
A tradição sobrevive não só na cidade, mas em vários lugares do País. A brincadeira chegou ao Brasil junto com a colonização portuguesa e até hoje é mantido o ritual entre a população.
Malhação de Judas: de onde vem essa brincadeira?
Além de presentear com ovos de chocolate, a Páscoa tem outro costume: muitas pessoas malham o Judas. O que é isso?
Nos grandes centros urbanos a brincadeira é cada vez mais rara. Mas ainda existe no interior do Brasil e em vários países. É a tradição de fazer um boneco de pano do tamanho de um homem, enchê-lo de serragem ou papel, dependurar em um poste de iluminação pública ou em galhos de árvores, e malhá-lo no sábado de aleluia. Os participantes leem um testamento que narra os bens de baixo valor do boneco. Depois o malham. Uns colocam fogo, outros batem-no com paus e jogam pedras.
O boneco de pano representa uma figura mal vista. É o simbolismo da morte de Judas Iscariotes, que se vendeu por 30 moedas de prata, traindo Jesus ao entregá-lo aos soldados romanos (Marcos 14). O texto bíblico diz que Judas se enforcou com uma corda depois da traição.
A malhação veio para a América Latina trazida pelos espanhóis e portugueses. Mas remete-se a tempos ainda mais antigos.
Agricultores queimavam bonecos durante a colheita para espantar as divindades do mal. Depois, a prática – que significa purificação, foi introduzida ao calendário romano e ao cristianismo.
É o momento de expor e espantar os demônios e ficar limpo para o domingo da ressurreição. Por isso é que acontece no meio da Páscoa, no sábado de aleluia. Um dia depois da sexta-feira santa (crucificação de Cristo) e um dia antes do domingo (ressurreição de Jesus Cristo).