PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA EM DESTAQUE
POR COLUNISTA SOCIAL NILO ARAÚJO
Em 6 de agosto de 2020
Hoje, 6 de agosto é lembrado o Dia Nacional dos Profissionais da Educação: professores, diretores, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, supervisores de ensino, dirigentes regionais de ensino,dentre outros.
Em 2014 foi promulgada lei federal n.13.054/14 que instituiu o Dia Nacional dos Profissionais da Educação.
Esta Lei foi criada para valorizar a categoria e os profissionais da carreira assistência, a Lei 13.054/14 institui o dia 6 de agosto como Dia Nacional dos Profissionais da Educação.
A lei foi sancionada pela ex- presidenta Dilma Rousseff no dia 22 de dezembro de 2014 e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte. Segundo o autor do projeto, deputado Vicentinho (PT-SP), a proposta é uma homenagem ao trabalho qualificado dos profissionais que lidam com a educação no espaço escolar e com a formação das novas gerações. A data de comemoração escolhida se refere à sanção da Lei 12.014/09, que define os trabalhadores considerados como profissionais da educação.
No entanto, a criação da lei não gera a folga na rede pública de ensino, já que os professores e professoras já tem o feriado do dia 15 de outubro.
Hoje é 6/08!
Parabéns a todos que contribuem com a formação dos brasileiros, e em especial com a do nosso município, Miguel Alves!
Falar em Educação é falar em Paulo Freire. Uma das principais referências da educação brasileira, amplamente discutido e estudado na área acadêmica, é o educador, pedagogo e filósofo Paulo Reglus Neves Freire.
Paulo Freire nasceu em Recife, no ano de 1921, e faleceu na cidade de São Paulo, em 1997. Seu nome tornou-se notório tanto no âmbito nacional quanto internacional por suas pesquisas no campo da alfabetização.
Método Paulo Freire
Método aplicado pela primeira vez na região de Angicos (RN) em 1963, Paulo Freire buscou, através do seu conhecimento e sensibilidade, alfabetizar e politizar os povos daquele lugar. O contexto histórico daquela região era marcado por trabalhadores rurais, domésticas, pedreiros, entre outros trabalhadores que acreditavam na importância de aprender a ler para “mudar de vida”, como foi documentado no livro de Carlos Lyra “As quarentas horas de Angico. Segundo registros, cerca de 300 pessoas foram alfabetizadas em 40 horas.
Tal façanha é o feito mais marcante de Paulo Freire no campo da pedagogia, tendo por metodologia a escolha de “palavras geradoras”, comuns no vocabulário local como, por exemplo, cimento, tijolo, vassoura, enxada, terra, colheita, entre outras. O método usava essas palavras e, a partir da decodificação fonética dessas palavras, iam se construindo e associando novas palavras, aumentando assim o repertório dos alunos.
Pensamento pedagógico político
Paulo Freire defendia que a desigualdade entres as classes sociais acarretava na opressão das classes mais abastadas sobre as classes populares. Nascido em uma das regiões mais pobres do país, ele experimentara essa realidade.
Em sua trajetória, defendeu o ensino como forma de despertar a criticidade do aluno, fazendo com que o mesmo buscasse a ampliação de sua consciência social e conseguisse atingir à autonomia
Seus pensamentos fizeram com que Paulo Freire fosse visto como subversivo durante a Ditadura Militar e, como consequência, foi exilado e só pode voltar ao país após 16 anos.
Esse teórico era assumidamente defensor de que a educação deveria ser prática de liberdade, sendo inclusive esse o título um de seus livros mais importantes, “Educação como prática da liberdade” que foi escrito enquanto ele estava exilado.
Recuperação salarial de professores
Por seu trabalho na educação e sua visão de que a consciência crítica e ativa precisa ser despertada, Paulo Freire foi também defensor dos professores. Ele acreditava que o papel do professor ia além do ensinar, pois para ele o ato de ensinar está diretamente relacionado ao de aprender. Por essa razão, defendia que o professor deveria ser valorizado em todos os sentidos, pois ele é fundamental para a construção de uma sociedade que pretende atingir uma educação de qualidade.
Durante o período em que assumiu a direção da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, no governo de Luiza Erundina, ele trabalhou na defesa dos ganhos do profissional, bem como na implementação de movimentos de alfabetização, formação continuada e de revisão curricular.
Rico acervo bibliográfico
Paulo Freire escreveu diversas obras que são amplamente utilizadas e citadas em trabalhos acadêmicos e por estudos pedagógicos em todo o mundo. Entre elas, a mais conhecida é “Pedagogia do Oprimido”, que destaca o fato de a educação ser o caminho para o despertar da visão crítica e a formação de sujeitos que busquem mudar sua realidade.
Outros livros como “Pedagogia da Autonomia”, “Educação: Prática da Liberdade” e diversos outros também são imprescindíveis para quem busca formação na área docente.
Destaque na educação brasileira
A necessidade de visibilidade e de valorização da pesquisa em educação nacional foi muito destacada na produção intelectual de Paulo Freire. Por suas pesquisas, recebeu nada menos que 41 títulos de doutor honorário em diversas universidades do mundo, inclusive Harvard e Oxford.
Além disso, recebeu uma variedade de prêmios, por diferentes países e organizações, dentre eles o Prêmio Andres Bello, da OEA (Organização dos Estados Americanos), como Educador dos Continentes.
Ainda hoje, Paulo Freire é um ícone da educação brasileira, sendo um dos nomes mais respeitáveis para o embasamento teórico de pesquisas relacionadas à alfabetização. Seja ele amado, incompreendido ou rejeitado, isso não muda o fato de que as obras de Freire falam por si e se tornaram um legado importante para o desenvolvimento da visão educacional moderna.