O comerciante Roberto Weigert Ferreira, de 54 anos, dono de um restaurante no centro de Santa Maria, estranhou quando recebeu uma nota de R$ 50 com uma grande mancha escura de um cliente. “O senhor veio da guerra?”, perguntou, brincando. “Não, essa nota estava no bolso do meu filho que morreu na boate”.
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– Ontem (terça-feira) mesmo, uma enfermeira com 20 anos de profissão almoçou aqui e disse que nunca viu nada igual. No dia da tragédia, ela tirou um pai de cima de um filho morto no acidente. Quando viu, o outro filho estava morto, ao lado – disse Roberto.
No restaurante, o ambiente não é o mesmo. Na entrada, há um cartaz de luto que diz: “Santa Maria chora… Luto pelas vítimas do incêndio na boate Kiss!”. Quando apareciam notícias da tragédia na TV, os clientes esqueciam os pratos sobre a mesa e concentravam todas as atenções para as informações.
– Santa Maria não é mais a mesma. O pessoal está mais quieto – observou o comerciante.
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