A top piauiense Laís Ribeiro diz que moda não aposta em modelos negras

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Há três anos, encostada em um canto do backstage de um desfile de Reinaldo Lourenço, na São Paulo Fashion Week, Laís Ribeiro era uma novata no mundo da moda. A fala mansa, em tom baixo, ainda trazia um bom tanto de sotaque da cidade natal, Miguel Alves, no Piauí. Entre um desfile e outro, não desgrudava do celular, onde espiava fotos do filho que teve aos 16 e que havia deixado com os pais para tentar a sorte em São Paulo.
Hoje, aos 21, ela é uma “Angel”, como são chamadas as garotas propaganda da marca de lingerie Victoria’s Secret, e já fez campanhas para as maiores grifes do mundo como Ralph Lauren, Christian Dior, Tom Ford e GAP. O discurso está firme, o olhar mais alegre, mas ela ainda não desgruda o pensamento do filho, Alexandre, de 5 anos. Orgulhosa, mostra fotos do garoto no celular e ostenta uma tatuagem que fez na nuca com o nome dele.
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Para Laís, muita coisa mudou em sua careira depois que assumiu o posto de “Angel”. “Tudo mudou, eu vim de uma cidade no interior do Piauílais-2adquiri mais cultura do mundo, moro em Nova York, falo inglês, namoro um espanhol, viajo o mundo todo, conheço pessoas que jamais imaginei nem chegar perto”, disse.

Depois de passar pelos desafios do inicio da carreira Laís afirma que mesmo com o sucesso ainda enfrenta alguns problemas. “Antes a dificuldade eram os testes. Era pegar qualquer um. Você faz muitos e muitos até conseguir alguma coisa que lhe renda algum dinheirinho. Hoje meu dilema é escolher entre dois clientes muito importantes e que querem fotografar na mesma data. Mas confio na minha agência, eles têm acertado no direciona-mento da minha carreira. Para mim sobra a saudade da família, que ainda dói muito”, explica.
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Sobre a família que mora no Piauí, a modelo afirma que está bem perto de realizar uma de suas maiores vontades que é trazer o filho para morar em Nova York. “Se Deus quiser em agosto ele e a minha mãe estarão lá comigo. Quando era pequeno, ele ficava tanto com meus pais que não sentia muito a minha falta. Mas, agora, cada vez que consigo ir ao Piauí para ficar com ele, a cada quatro meses, ele me agarra, entra na mala, diz que quer ir junto”, relembra.
Laís afirma que o trabalho como modelo também deu oportunidade para conquistar bens matérias que ajudou toda a família. “Comprei uma casa no Piauí e foi incrível porque minha avó ficou muito emocionada. Ela não entende direito o que está acontecendo comigo. Assiste à novela das oito com as garotas traficadas na Turquia, e quando eu viajo ela acha que estão me explorando também. Além disso tenho uma moto, a Kate, minha paixão”, revela.
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A modelo afirma que não anda de moto em Nova York, mas que em Miguel Alves coloca o filho no banco e anda para todo lado. Laís contou ainda que é tratada bem por todos os moradores de Miguel Alves. “Todo mundo tem orgulho, vem falar comigo. Mas ser magrela desse jeito já me fez sofrer muito bullying. Quando saio para ir até a padaria, descabelada e de chinelo minha mãe diz: “vai sair assim mesmo, Laís? Vai todo mundo ficar olhando.” Mas eu não quero nem saber, andei assim a vida toda”, disse.
A top afirmou ainda que sentiu dificuldades no mercado da moda por ser negra. “Aqui no Brasil as pessoas são mais tolerantes, mas lá fora as empresas têm medo de colocar uma negra na capa porque, na banca, vamos disputar as vendas com garotas loi-rinhas. É complicado”. A modelo declarou querer novas conquistas em sua carreira. “A capa da Vogue Paris. Depois de tudo isso, eu não quero pouco não”, encerrou.
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1vslaisribeirolingeriejan2013MODELO LAÍS RIBEIRO afirma que lá fora modelos negras não são convidadas para capa.

Fonte: Diário do Povo do Piauí

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