Estamos praticamente há um ano para as eleições que acontecem em sete de outubro de 2012, conforme calendário da Justiça Eleitoral. Trocando em miúdos, faltam trezentos e sessenta e alguns dias para o povo de cada município brasileiro eleger e/ou reeleger o seu próximo prefeito e os próximos vereadores.
Nos bastidores partidários as conversações acontecem, os acórdãos políticos começam a ser firmados, de acordo com as conveniências partidárias, e bem distantes dos olhares da população, que por sua vez fica apenas a decifrar as conjecturas e até mesmo a reproduzi-las com a intensidade que os próprios políticos planejam.
Não há na verdade uma discussão plausível em torno de uma proposta de governo, da qual o povo se faça presente apresentado a sua opinião. Isso não serve, pois na concepção dos políticos o povo só deve ser ouvido na hora certa, ou seja, na hora do voto. E pronto. É assim que funciona.
Em Miguel Alves não é diferente. As decisões sobre candidaturas se dão ou em bancas de bebidas, ou em locais de acesso permitido apenas para os políticos, como se o povo não tivesse nada a ver com as tratativas por eles expostas à mesa.
Os ensaios para 2012 já começaram. No entanto, até agora não se ouviu falar que o partido A, B ou C tenha se reunido com algum segmento do município para ouvir as suas propostas. Nem a situação, nem a oposição até agora fez isso. E nunca fizeram. E cada um tem as suas justificativas. Tanto a situação quanto a oposição pecam nesse quesito, talvez por acharem sem importância, pois pra ele o importante é vencer. Fazer se faz, quando houver vontade e quando a necessidade bater à porta. É como uma necessidade fisiológica que o sujeito só faz quando a vontade chega, e chega de tal forma que é impossível adiá-la. É desse jeitinho que Miguel Alves vem sendo administrado. É uma pena, mas é a verdade. Há quem conteste? Claro. Afinal de conta eu não sou o dono da verdade, apenas procuro segui-la para compreendê-la melhor.
Pergunte a pelo menos um dos tantos nomes que aparecem na lista das conjecturas: você já se reuniu com os professores para discutir os problemas da educação; você já sentou com os comerciantes da cidade e da zona rural e com os prestadores de serviços para tratar com eles questões relevantes que visem impulsionar o comércio e através dele proporcionar mais oportunidade de trabalho e renda para os Miguel-alvenses? Pergunte também se ele já se reuniu com os trabalhadores e usuários da saúde para discutir os problemas que são evidentes e que penalizam o cidadão? Pergunte ainda se ele sentou com os trabalhadores rurais para discutir com eles políticas públicas voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar, da produção à comercialização? Pergunte também se ele já ouviu a juventude para sentir as suas carências e as suas perspectivas. Em fim, pergunte a todos: Por que querem ser prefeito de Miguel Alves?